segunda-feira, 14 de maio de 2012

PALAVRAS, POESIA POR TODO LADO...

Nesse sábado, dia 12 de maio, aconteceu na "Casa de Leitura Lya Botelho" em Leopoldina o evento “VARAL DE POEMAS”. Inspirado no trabalho do escritor e artista plástico Luiz Lopes e envolvendo alunos do 3º ao 7º ano do ensino fundamental das escolas estaduais, municipais e particulares do município, o projeto, que teve como objetivo o incentivo a leitura e escrita poética, proporcionou uma manhã muito especial.

Não são todos os dias que os ares matinais nos trazem envolventes palavras, sonoras rimas, imaginações flutuantes, juras de amor, poesia, poema, poesia... Varais repletos de vida, de arte, de cultura, de formação literária e não seria ousado dizer: de formação humana.

O mais interessante de um projeto como este, onde foi fundamental a vontade dos professores nesse ‘fazer’, é o visível interesse dos alunos pela poesia. Eles demonstram nos trabalhos o gosto por escrever, por soltar a imaginação, pela disposição do falar de si de forma tão espontânea e poética! E como foi bonito ver a gostosa agitação dos alunos procurando as poesias nos varais para mostrar aos pais e depois o brilho nos olhos na hora do anúncio da poesia classificada.

Porque ainda escutamos no meio escolar que as crianças não querem ler, ou que não gostam de escrever? Não é o que vemos em eventos e projetos como este. É fundamental entendermos o espaço que cada aprendizagem ocupa, os chamados múltiplos letramentos na diversidade de portadores de texto. Encontramos por vezes, alguns desavisados pessimistas, justificando o ‘não fazer’ pelo advento da internet, quando que, o letramento digital¹ é mais um desses múltiplos letramentos que nos rodeiam e a existência dele não anula o gênero poético, pelo contrário ajuda em muito sua produção e divulgação.

Sendo a educação um processo de produção humana, e sendo nós, seres essencialmente sensíveis as emoções que refletem nossa alma, no processo educativo, não podemos dispensar a poesia, enquanto produção artístico/literária, enquanto produção humana, no imprescindível desenvolvimento estético. Citando FREIRE (1996)², lembramos um de seus destaques no que ele considera como “formação docente verdadeira”:

"(...) exercício da criticidade (da curiosidade ingênua à epistemológica), o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição, da boniteza e decência que estar no mundo, com o mundo e com os outros – ENSAIO ESTÉTICO E ÉTICO".

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¹XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Letramento Digital e Ensino. UFPE. Art. Disponível em: <http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Letramento%20digital%20e%20ensino.pdf. Acesso em: 21 nov. 2011.
²FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. Paz e Terra. 1996.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

SEE/MG DIVULGA OS RESULTADOS DO PROEB 2011

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais divulgou nesta semana, os resultados da edição 2011 do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica – PROEB. O programa, integrante do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação – SIMAVE, avalia de forma censitária, anualmente, as turmas do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e o 3º ano do Ensino Médio, das escolas públicas (municipais e estaduais), do estado, em Língua Portuguesa e Matemática.

Os resultados podem ser visualizados no link:


Na Superintendência Regional de Ensino de Leopoldina, a Equipe da Diretoria Educacional está analisando os dados das escolas públicas dos dez municípios da nossa jurisdição (Além Paraíba, Argirita, Cataguases, Estrela Dalva, Itamarati de Minas, Leopoldina, Pirapetinga, Recreio, Santo Antônio do Aventureiro, Volta Grande), mas é sempre importante destacar que os dados são públicos, estão disponíveis para todos que interessarem. Família, autoridades, diferentes instâncias e organizações da sociedade e todos os profissionais das escolas podem e devem fazer uma reflexão sobre resultados de avaliação em larga escala como esta.

Numa primeira análise, já nos chama atenção, por exemplo, que o resultado nas turmas do 5º ano do Ensino Fundamental foi aquém do esperado. Essa afirmação leva principalmente em consideração o fato de que esses alunos avaliados no 5º ano em 2011, são os que entraram no Ensino Fundamental em 2007, ano que alavancou o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP) nas escolas estaduais, sendo os alunos submetidos ao Programa de Avaliação da Alfabetização (PROALFA), em 2009, quando estavam no 3º ano. Vemos escolas que alcançaram, na avaliação do 3º ano em 2009, 590 na média de proficiência em Língua Portuguesa e chegaram no 5º ano em 2011, com média de 200 de proficiência; escolas que nessa mesma avaliação da alfabetização em 2009 tinham percentuais de mais de 60% dos alunos no nível recomendável, agora em 2011, no 5º ano, tem a maioria de seus alunos entre o nível intermediário e baixo de desempenho.

Nessa reflexão, são várias as interrogações, as possíveis hipóteses, para compreendermos melhor a forma como o percurso escolar vem se desenvolvendo nas escolas. E essa precisa ser uma reflexão coletiva, não de um grupo específico de técnicos educacionais, ou de um único professor de uma única turma, ou só do diretor da escola. Reflexões coletivas levam a movimentos compartilhados para ações mais efetivas, de compromisso entre todos os envolvidos direta e indiretamente com o desenvolvimento qualitativo dos alunos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

ONDE ESTÁ A EDUCAÇÃO?

Com o questionamento do título: “Onde está a educação”, pretendemos iniciar uma reflexão sobre os diferentes espaços e tempos da educação hoje em dia. A questão que instigou essa reflexão, foi uma matéria publicada na revista CLAUDIA¹, intitulada: “Não preciso da escola para educar meus filhos”, bem como algumas outras informações que tem circulado entre conversas, onde pessoas enfatizam expressões como: “o professor está em extinção”; “com o ensino a distância não vamos mais precisar da escola”; “agora com a internet, pra que livros, pra que o professor na sala de aula, o aluno já sabe pesquisar seus interesses”; ou ainda: “acho estranho no país onde moro (Itália), que muitas pessoas estudam em casa, não vejo mais aquela relação com a escola como via na minha época”.
E é ‘costurando’ todas essas falas e mais a matéria da revista, que nossa ‘colcha de retalhos’ começa a ser tecida, a princípio com o título: “Onde está a Educação?”. Que pode ser interpretado de diversas formas, ‘alinhavando’ com outras reflexões e contextualizações, como também em análises etnográficas mais abrangentes.
Focando por hoje na matéria da revista, é interessante ver a organização da sociedade brasileira nessa questão, ou seja, mesmo possuindo o Brasil uma legislação que estabelece como obrigatória a matrícula das crianças com seis anos de idade na escola, organizações não governamentais representativas das famílias, estão assumindo esse “descumprimento legal”. Entre elas, segundo o artigo do periódico: a “Aliança Nacional para Proteção de Instruir e Aprender (AMPLIA), e a Associação Nacional da Educação Domiciliar (ANED). E as famílias que defendem esses princípios, estão assumindo juridicamente essa postura, alguns pagam multas, outros respondem a processos.
Motivos, não são poucos segundo esses pais, pra oferecerem aos filhos educação domiciliar, sendo que os resultados desses alunos, quando são submetidos as avaliações validativas, ou imputadas por medida judicial, não tem decepcionado, ao contrário, os alunos tem demonstrado rendimento satisfatório.
Então “onde está a educação?”, na escola, em casa, na internet, em todos esses lugares? Como podemos lidar com esses múltiplos espaços e meios? E a “Educação a Distância”, já nos adaptamos a ela? – hoje podemos realizar cursos de Graduação, Especialização, Pós-Graduação a distância. E o papel do professor, qual seria hoje o seu ‘fazer’? Qual o espaço que ele ocuparia em modelos ‘alternativos’ no processo educacional? Esse profissional está instrumentalizado pra essas novas dinâmicas? Como qualificar esse profissional?
São muitas a interrogações, que nos servem como fio condutor na costura da nossa colcha de retalhos...
• Segue o link com a matéria da revista: "Não preciso da escola para educar meus filhos"
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PAULINA, Iracy. “Não preciso da escola para educar meus filhos” – a decisão polêmica de pais que tiraram os filhos do ensino oficial para educá-los em casa, assumindo a responsabilidade pelo aprendizado e comprando briga com a justiça. CLAUDIA [revista] Abril id. Março/2012. Disponível em: <http://claudia.abril.com.br/materia/nao-preciso-da-escola-para-educar-meus-filhos?p=%2Ffamilia-e-filhos%2Fcriancas-e-adolescentes&pw=1>. Último acesso em 05 maio 2012.