A Educação Pública é um direito fundamental, garantido na
Constituição Federal, nossa Lei Maior. Ocorre que em Minas Gerais, esse direito
tem sido negligenciado pelo Governo do Estado, que tem atrasado verbas de
manutenção das escolas, verba do transporte escolar, entre outras restrições,
que acabam por impactar diretamente no ensino e consequentemente em nossos
alunos e alunas. Não bastasse essa situação, nós os Trabalhadores da Educação
da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, temos sido desprivilegiados e
desrespeitados mês a mês, com uma política remuneratória de constantes atrasos
e parcelamentos de salários, sendo atualmente a categoria de trabalhadores do
Estado renegados a instabilidade de não saber “QUANDO” vamos receber; “QUANTO”
vamos receber e; “COMO” vamos receber.
Mês a mês temos que nos desdobrar para tentar cumprir com
nossos compromissos no provimento de nossos lares, das nossas necessidades
básicas, como também, de nossas famílias, renegociando nossas dívidas e nos
privando de bens e serviços que são direitos de todos os indivíduos para o bem
viver. Vivemos na incerteza, sobressaltados com a expectativa de ter ou não
nosso sustento e nesse último mês a situação se tornou ainda mais crítica, pois
além de recebemos em escala de pagamento, em que os Servidores da Educação são
divididos pelos valores de seus salários, ocorreram atrasos nas datas previstas
e o recebimento foi ainda mais fracionado, tendo servidores ainda no aguardo de
seus proventos. E para piorar ainda mais, os Servidores Aposentados tiveram os
salários mais atrasados, tendo recebido uma simples parcela de R$ 500,00
(quinhentos reais), ficando até esta semana no aguardo da complementação de
seus vencimentos. Entre esses profissionais – que escreveram sua história na Educação
Mineira e muitos destes foram nossos professores –, estão pessoas idosas, com
necessidades de saúde, de sobrevida e que não tem mais idade de viverem
surpresas tão desagradáveis.
Cabe-nos também esclarecer que não são todos os Servidores
Públicos de Minas Gerais que estão nessa situação. O Governo de Minas fez suas “escolhas”
e definiu quais as categorias de Servidores deveriam receber seus salários regularmente
e até mesmo com eventuais aumentos e nessas “escolhas”, ficamos nós, os
Profissionais responsáveis pela formação escolar de nossas crianças, jovens e
adultos, fora da prioridade do Governo. Critério este que fere o princípio
básico da justiça salarial e isonomia entre os servidores públicos, nos
dividindo em categorias não oficiais, que nos levam a vários questionamentos e a
um sentimento forte de desvalorização do nosso trabalho e até mesmo, da
Educação no Estado de Minas Gerais.
Nosso único recurso foi usar do nosso poder de luta através
de movimento grevista, mas não gostamos de estar em greve, não ficamos felizes
por não ir as escolas em que atuamos e muito nos preocupa sim e nos incomoda o
fato dos alunos ficarem sem aula. Mas precisamos ser ouvidos, enxergados e
respeitados como a Categoria de Trabalhadores que deveria ser a mais
valorizada, pois a formação de todos os demais profissionais, dependem dos
PROFESSORES. Precisamos ter condições de trabalhar sem a preocupação se vamos
ou não receber, sem saber QUANDO, QUANTO e, COMO.
Você, trabalharia sem remuneração? Você, conseguiria fazer
um bom trabalho sem saber como vai pagar suas contas e se vai ter condições de sustentar
sua família? Você, trabalharia com a conta da farmácia atrasada, precisando de
remédios pra você ou para pessoas de sua família? Você, conseguiria fazer um bom
trabalho sabendo que seu empregador não valoriza seu trabalho? Se a resposta
para essas questões for o NÃO, você já entendeu porque os Profissionais da
Educação do Estado de Minas Gerais precisam fazer greve.
Por uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE; pela DIGNIDADE dos
TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO; pelo RESPEITO aos APOSENTADOS; pelo nosso SUSTENTO e
nossa SAÚDE FÍSICA e EMOCIONAL; pelas nossas CRIANÇAS e JOVENS e por uma
SOCIEDADE JUSTA para TODOS; CONTAMOS COM SEU APOIO!!
Agradecemos,
Trabalhadores da Educação do Estado de Mina Gerais
Claudia Conte dos Anjos Lacerda
Professora de Educação Básica na Rede Estadual em Leopoldina
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