quinta-feira, 9 de junho de 2016
segunda-feira, 18 de abril de 2016
50 ANOS
Há exatos cinqüenta anos, também numa segunda-feira, em 18
de abril do ano de 1966 eu chegava a este mundo, nesta Terra, neste planeta,
neste Tempo.

Um ano já bem agitado no Brasil pela pressão da ditadura, e
toda a movimentação da oposição, que resistia e já sofria suas “baixas”, com
corpos boiando nos rios, como o caso do corpo do sargento Manoel Raimundo
Soares, preso pela ditadura no Rio Grande do Sul e que apareceu boiando com
sinais de tortura no Rio Jacuí. Um mês depois o Marechal Amaury Kruel deixa o
2º Exército com manifesto de crítica ao regime militar. E dois anos depois, em
1968, chegamos ao fatídico Ato Institucional nº 5 (AI 5), em que os militares decretaram
o recesso por tempo indeterminado do Congresso Nacional e assumem de vez todo o
rigor, repressão e truculência de um regime militar ditatorial. E a palavra de
ordem que se institucionaliza é o “CALE-SE”.

Mas nesses cinquenta anos de história, fui agraciada com
muitos encontros, com pessoas, idéias... Tive o privilégio de conviver com quem
passou pelos porões da ditadura, com quem trazia consigo as marcas e a chama
acesa da resistência, da luta pela liberdade, da livre expressão, da conquista
pelo exercício político democrático, para um Estado pleno de Direitos, mesmo
que em muitos momentos eu fosse meio que a mascote da turma. Mas pude viver, conviver
e transitar em meio a esses movimentos e todas as experiências que a vida me
proporcionou, tudo o que a Escola me legou, me oportunizaram a formação de um
consciência crítica, humanitária e ética – experiência que acredito ter
compartilhado com muitos de minha geração.

Mas gostei de conhecer um pouco mais dessas
pessoas e sou grata por essa vivência, por “viver” essa história, que pra mim,
se caracteriza por uma transição. Estamos juntos nesse trânsito, assim como
está todo o nosso planeta. O que vai advir disso, só o Tempo nos dirá. Se a mim
foi me reservado esse testemunho, agradeço e como boa aprendiz que sempre
tentei ser, me coloco aberta a aprendizagem e a semeadura das boas sementes que
eu for digna de cultivar.
domingo, 27 de março de 2016
ARREBATAMENTOS E ATITUDES
Somos facilmente levados por uma onda, tanto uma onda real
no mar, nos rios, quanto numa onda virtual. É de se imaginar que a onda, para
nos arrebatar, precisasse ser uma grande onda, mas as vezes o que nos leva é
uma marola, ou seja, talvez não estejamos nos sustentando o suficiente para não
nos fazermos levar, ou ainda, nem boiar conseguimos e acabamos por nos afundar
num mar de crenças, num senso comum que pode não nos representar, pode não
corresponder com a pessoa que realmente somos, com nossa essência, que em meio
a tantas marés, estamos até desconhecendo.
Esse arrebatamento tem nos levado a lados opostos e
extremos, polarizado, em que quem está de um lado é oponente de quem está do outro.
As pessoas, naturalmente tem se digladiado, não no nível da discussão de
idéias, de conceitos, concepções, mas em nível pessoal, como se a verdade que
cada um assumiu como sua – o que não quer dizer necessariamente que seja – é a
única e absoluta verdade a se considerar.




É bom então que observemos quantas boias estão disponíveis e
quem são os que estão a segurar as boias, pois dependendo do que estiver posto
a nossa volta, é melhor correr atrás de bons filtros de escuta e voltar a
aprender e colocar em prática a relação dos conceitos lógico-matemáticos em
nossas vidas, junto com as relações humanas que prescindem de direitos
fundamentais para o exercício da cidadania se fazer em toda a sua concretude,
numa sociedade plena de direitos, equitativa e igualitária.
[Imagens: Google Imagens]
[Imagens: Google Imagens]
quarta-feira, 9 de março de 2016
O DIA SEGUINTE AO "DIA INTERNACIONAL DA MULHER"
E passamos o dia 8 de março - "Dia Internacional da Mulher", com muitas mensagens, piadas, reportagens, algumas manifestações, enfim, movimentação. O dia se foi e a partir de hoje, como será? O que muda, ou melhor, alguma coisa muda? Sabemos da importância de datas representativas, que dão visibilidade a questões fundamentais de serem lembradas na nossa sociedade, que destacam pessoas com trajetórias de vida exemplares. Além da vitrine, o sentimento de valorização é outro ponto estratégico de se eleger no calendário dias como este. E se considerarmos o que as pesquisas e estatísticas sobre a situação da mulher na atualidade nos dizem, é significativa sim esta lembrança e os espaços de discussão que são criados a partir da data.
Mas junto a tudo isso, outro sentimento me incomoda, a sensação de diluição de todo essa movimentação; a possibilidade de ficar no tempo, de se transformar em simples lembrança as mensagens, os cumprimentos, as brincadeiras, as manifestações e tudo mais. E o que temos de concretude deste momento? Se é que é pra ter algo concreto, pois fico com a sensação de que vamos nos rendendo a essa movimentação fácil de se propagar pelas redes sociais e numa fluidez superficial, a essência se esvai...
Percebemos outros movimentos como promoções de Semana da Mulher, com programações de moda, palestras educativas, na saúde prevenção, lazer, entre outros. Momentos de valia na abertura de espaços mais representativos da identidade "mulher" na sociedade.




Que fardo!!! Mas talvez fosse este um fardo imputado à mulher pela própria mulher, o que ela acostumou em colocar em suas costas, como que a reprodução automática da formação de um homem violento, que entende que se fazer valente perante as mulheres é sinal de sua macheza e que mulher, até mesmo a mãe do outro pode ser achincalhada. O que pensar então da formação desta mulher, que constrói a identidade de seu opressor e reproduz a subordinação da mulher, fazendo das 'meninas' figuras frágeis que facilmente cedem a opressão masculina como se mendigassem pelo seu bem querer?

humana se fazer, pela essência humana, sem qualquer apelo ou muleta de gênero que nos leve a ilusão de que somos nós que moldamos o gênero do outro. Não somos de barro e sobre a carne e o osso reina uma mente absolutamente emocional e humana, que transcende o sexo.
¹ Fonte: http://www.compromissoeatitude.org.br/dados-nacionais-sobre-violencia-contra-a-mulher/
Imagens: Google Imagens
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
FINAL DE FESTA... FINAL DE CARNAVAL (SERÁ?)
E assim vamos chegando ao fim de mais um Carnaval. Será???
Pelo menos é o que está previsto no nosso calendário oficial e mesmo que existam resistências, oficialmente, o Carnaval se encerra nesta noite. Amanhecemos com a "Quarta-feira de Cinzas", data significativa do calendário cristão. O que nos leva a lembrar que nos despedimos da considerada "festa pagã" para nos prepararmos para a importante "festa cristã" - a Páscoa. O que não seria esta preparação se não um convite a introspecção, a penitências, privações, reflexões típicas do tempo da Quaresma cristã. Tudo tão providencial, ou seja, precisamos de uns quarenta dias pra nos purificarmos da alegria transbordante e até das inconsequências da festa pagã - o Carnaval, para estarmos aptos para o Tempo Pascal.

Não somos tão regulares assim, por mais que os padrões, formalismos e convenções religiosas e sociais nos tentam fazer ser. Vivemos em meio a sentidos relativizados pelas realidades que vivenciamos entre os tempos e acontecimentos aos quais somos platéia e ao mesmo tempo atores. O que dizer então deste momento?
Terminamos um ano em meio a grandes conturbações e iniciamos com muitas incertezas, mas a capacidade do nosso povo de não perder o bom humor, ou seja, de "não perder a piada" (ou até mesmo a necessidade de sobreviver em meio ao caos) parece nos conduzir a buscas incessantes por "rotas de fuga". Assim, mesmo com dívidas, desemprego, incertezas, falta de médico nas emergências, falta de vagas nas creches, hospitais, violência nas ruas, nos lares, intolerância racial, religiosa, homofobia, corrupção, escândalos e... caímos no Carnaval!!! Nos rendemos ao Reinado do Momo! E muitas pessoas fazem destes dias sonhos em folia, é a "Ode à Ausência". É como se o país ficasse em suspensão nesses dias e às pessoas fosse permitido se ausentarem de si. Se ausentarem de seus problemas, suas dívidas, suas dores, tristezas, angustias, preocupações, se ausentarem dos problemas do país e até do mundo.

O que realmente se acaba na quarta-feira? O sonho, a ilusão ou a alegria? Se dissermos que a alegria caba, estamos assumindo uma depressão generalizada, numa sociedade que esquizofrenicamente sofreria de uma bipolaridade, passando de um extremo ao outro nos estágios do humor. Se dissermos que acaba o sonho, nos despediríamos de nossa capacidade de sonhar e de querer dias melhores. Se acaba a ilusão despertamos da ausência de si. Este é um despertar necessário, mas quantos assim o querem realmente? Estar ausente é um grande apelo de nossas sociedade atual, que busca subterfúgios diariamente, que faz aumentar o consumo de álcool, na cervejinha de praxe, na passadinha sagrada no botequim pra pinga com os amigos, no aumento das cracolândias, na engorda dos lucros farmacêuticos com o consumo de psicotrópicos, os "tarjas pretas", já tão banalizados e quase que incorporados na rotina da população.
Não seria então a quarta-feira no lugar de um fim, um começo, o despertar para o ano que realmente precisa começar, numa roda que precisa rodar, que não pode parar? Seria sim as portas se abrindo para o necessário despertar de nossa consciência, pra não perdermos o "trem da história", ou ainda, pra não corrermos o risco da "banda passar" e não chegarmos em tempo na praça, no coreto, na janela, na rua...

Talvez dores de cabeça para uns tantos (ressaca física e/ou moral), cansaço para outros, satisfação, desejo de quero mais, arrependimento, tristeza pra alguns, muitas histórias pra contar, energia pra outros, aborrecimentos, muitas e muitas emoções!!...
Mas com certeza, tem muitos já desejando que chegue logo a Semana Santa, pra não perder de vista as "rotas de fuga", e assim ganhar mais uns dias de cúmplice ausência...
Imagens: Google Imagens
domingo, 7 de fevereiro de 2016
CARNAVAL - QUANDO A TRADIÇÃO FALA MAIS ALTO E A ANCESTRALIDADE SE DESTACA
Inaugurando as postagens do Blog no ano de 2016, destacamos nas festividades do Carnaval, a abertura em Recife, onde o religioso e o profano se fundem e prevalece tradicionalmente a ancestralidade, as raízes da cultura afro-brasileira. A sugestão fica por conta da reportagem a seguir:
Fonte: www.carnaval.uol.com.br
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