sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A DERIVA NUM TURBULENTO MAR

Nesta quinta-feira uma pessoa querida me incentivou a voltar a escrever no meu Blog. E isso foi bom porque me fez refletir o quanto eu gosto de escrever e me levou a questionar sobre o porque de não fazer uso, mais costumeiramente, desta possibilidade e até mesmo, por que não dizer, desta faculdade/capacidade de expressão. Lembrei-me inclusive das vezes que as ideias ficam a borbulhar na minha mente e que na falta de um canal de expressão, me levam a falar sozinha, a ter as paredes, o ar, o espelho, como meus interlocutores, dada a necessidade de colocar pra fora o que trafega pela minha mente, como eco do meu próprio pulsar... Parece coisa de maluco, mas quem não tem suas maluquices que atire a primeira pedra.

Bom, restabelecendo mais uma vez o compromisso comigo mesma, retomo minha escrita. E qual seria o tema deste texto, além da revelação da necessidade de falar, de registrar meus pensamentos, reflexões e ideias? O assunto do dia 19/01/2017 é a morte do Ministro Teori Zavascki (STF), que arrasta pela rede social um emaranhado de insinuações, acusações, especulações, conjecturas... Enfim, mais uma vez nós, o povo brasileiro, confrontados com nossa triste realidade: sucessivos acontecimentos desestabilizantes, que além de nos “tirar o chão”, a cada novo flash, nos provocam incertezas, desânimo, descrença, falta de direção, de rumo, esgotamento, dúvidas... e muitas outras sensações que beiram a uma ressaca, que faz parecer não ter fim...

Mas como conviver com tudo isso, já que parece irremediável no momento essa convivência? É, a palavra é esta, “conviver”, viver com, viver junto, do latim: COM = junto + VIVERE = viver. A realidade social e política atual nos leva a essa convivência, nada agradável, com toda essa turbulência, envolvendo nossos gestores, os representantes dos “poderes” da terra Brasilis. Mas é bom que fique claro que nossa convivência não pode ser confundida com conveniência ou conivência. Uma coisa é ter a clareza sobre o momento conturbado que estamos vivendo, outra coisa é dizer que somos condizentes, ou que o momento presente por nós é aceitável. Reconhecer criticamente as ocorrências é bem diferente que aceitar com naturalidade o que acontece.

Nos resta rogar aos deuses de nossa crença que nos dê sanidade, discernimento e clareza neste momento, para que as “ondas” não nos arrebatem e fiquem a nos empurrar e nos jogar contra as falésias ou as docas e diques; para que encontremos logo o nosso cais, o nosso porto seguro em meio a tantos maremotos. Que tenhamos a serenidade no pensar e o coração prevaleça em parceria furtiva com a razão, para que assim, o ódio não faça morada em nosso “ser”. A essência é nossa e isso ninguém nos tira, só se permitirmos.


Nesse final de dia, direciono meus sentimentos as famílias dos que partiram nesse trágico episódio. Desejando que as almas dos que se foram, sejam poupadas de todo o eco que reverbera da massa brasileira que apesar dos encontros e desencontros, nada mais quer do que a paz, a segurança de uma vida feliz, próspera e fraterna. Mas por hoje, ainda ficamos com as incertezas, os gritos, palavras de ordem e lamentos...

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