segunda-feira, 7 de maio de 2012

ONDE ESTÁ A EDUCAÇÃO?

Com o questionamento do título: “Onde está a educação”, pretendemos iniciar uma reflexão sobre os diferentes espaços e tempos da educação hoje em dia. A questão que instigou essa reflexão, foi uma matéria publicada na revista CLAUDIA¹, intitulada: “Não preciso da escola para educar meus filhos”, bem como algumas outras informações que tem circulado entre conversas, onde pessoas enfatizam expressões como: “o professor está em extinção”; “com o ensino a distância não vamos mais precisar da escola”; “agora com a internet, pra que livros, pra que o professor na sala de aula, o aluno já sabe pesquisar seus interesses”; ou ainda: “acho estranho no país onde moro (Itália), que muitas pessoas estudam em casa, não vejo mais aquela relação com a escola como via na minha época”.
E é ‘costurando’ todas essas falas e mais a matéria da revista, que nossa ‘colcha de retalhos’ começa a ser tecida, a princípio com o título: “Onde está a Educação?”. Que pode ser interpretado de diversas formas, ‘alinhavando’ com outras reflexões e contextualizações, como também em análises etnográficas mais abrangentes.
Focando por hoje na matéria da revista, é interessante ver a organização da sociedade brasileira nessa questão, ou seja, mesmo possuindo o Brasil uma legislação que estabelece como obrigatória a matrícula das crianças com seis anos de idade na escola, organizações não governamentais representativas das famílias, estão assumindo esse “descumprimento legal”. Entre elas, segundo o artigo do periódico: a “Aliança Nacional para Proteção de Instruir e Aprender (AMPLIA), e a Associação Nacional da Educação Domiciliar (ANED). E as famílias que defendem esses princípios, estão assumindo juridicamente essa postura, alguns pagam multas, outros respondem a processos.
Motivos, não são poucos segundo esses pais, pra oferecerem aos filhos educação domiciliar, sendo que os resultados desses alunos, quando são submetidos as avaliações validativas, ou imputadas por medida judicial, não tem decepcionado, ao contrário, os alunos tem demonstrado rendimento satisfatório.
Então “onde está a educação?”, na escola, em casa, na internet, em todos esses lugares? Como podemos lidar com esses múltiplos espaços e meios? E a “Educação a Distância”, já nos adaptamos a ela? – hoje podemos realizar cursos de Graduação, Especialização, Pós-Graduação a distância. E o papel do professor, qual seria hoje o seu ‘fazer’? Qual o espaço que ele ocuparia em modelos ‘alternativos’ no processo educacional? Esse profissional está instrumentalizado pra essas novas dinâmicas? Como qualificar esse profissional?
São muitas a interrogações, que nos servem como fio condutor na costura da nossa colcha de retalhos...
• Segue o link com a matéria da revista: "Não preciso da escola para educar meus filhos"
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PAULINA, Iracy. “Não preciso da escola para educar meus filhos” – a decisão polêmica de pais que tiraram os filhos do ensino oficial para educá-los em casa, assumindo a responsabilidade pelo aprendizado e comprando briga com a justiça. CLAUDIA [revista] Abril id. Março/2012. Disponível em: <http://claudia.abril.com.br/materia/nao-preciso-da-escola-para-educar-meus-filhos?p=%2Ffamilia-e-filhos%2Fcriancas-e-adolescentes&pw=1>. Último acesso em 05 maio 2012.

3 comentários:

John David Corrêa disse...

Cláudia, como comentei no post em meu perfil replico aqui... seria papel da escola somente educar para a obtenção de notas satisfatórias? Acredito num ambiente escolar com troca de ideias e principalmente do relacionamento interpessoal que constrói o caráter do ser humano, conhecendo e aprendendo a respeitar as diferenças na prática e não somente na teoria. Ensinar transpõe muros e vai além de um simples aprender a teoria que de nada mais serve do que aprender a viver já que esta será aplicada para a vida e o cotidiano. Excelente colocação a sua.

Claudia Conte disse...

É exatamente aí que mora a grande diferença John! Se considerarmos a Educação como processo de produção humana, essa produção não pode estar desvinculada do próprio exericio de relacionamento humano, interpessoal. Mas a vida é dinâmica e não dá pra ficarmos a perder "todos os trens que passam na estação". Assim, se a escola não mais ocupar satisfatoriamente esse espaço de produção, outros espaços serão abertos e a vivência iterpessoal, poderá ganhar outras configurações e espaços.
Forte abraço!

Anônimo disse...

Muito interessante essa "tendência" de desrespeito à legislação. Seria muito simples analisar a questão e concluir que as leis existem é para serem cumpridas, mas quando aprofundamos na questão não temos como fugir à questão: POR QUE OS PAIS ESTÃO PREFERINDO EDUCAR SEUS FILHOS EM CASA? E percebemos que os que se arriscam são pessoas que possuem conhecimento e a convicção de que em casa podem oferecer uma educação de melhor qualidade, isso sem contar a indisciplina e a violência que hoje é assunto corriqueiro em todos os eventos de professores. Mas não podemos simplesmente acfeitar que o melhor seria cada família assumir a responsabilidade da educação de seus filhos. O que é necessário é uma mobilização para que se cumpra realmente a lei oferecendo uma educação de qualidade onde as famílias tenham confiança em entregar seus filhos nos portões das escolas. Não podemos negar que a interação, o convívio e a socialização são altamente importantes, além do conhecimento, para a formação humana e as crianças e jovens com educação domiciliar perdem esse importante espaço de construção da sua personalidade.